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Instrumentos para o Enfrentamento de Emergências de Saúde Pública no Contexto da Sociedade Civil
Resumo: O impacto da Covid-19, tanto social, econômico, político, cultural e histórico, também devastou sistemas de saúde frágeis e afetou comunidades, desfazendo décadas de desenvolvimento social. Esse aumento das desigualdades econômicas e sociais impactam diretamente no acesso à saúde da população (CARNEIRO, PESSOA, 2020). O que se observa é que as tragédias enfrentadas por populações vulnerabilizadas não têm sido ignoradas por organizações da sociedade civil, mas que a ausência ou um diálogo limitado entre os movimentos e a gestão pública torna fundamental apoiar e proporcionar instrumentos que auxiliem a sociedade civil e os movimentos sociais na resposta às emergências de saúde pública (CARNEIRO, PESSOA, 2020). No processo ensino-aprendizagem, a vida e o mundo configuram-se como elementos decisivos, pois redimensionam a forma como o sujeito se reconhece, bem como a forma como reflete sobre si mesmo. Dadas essas considerações, tomamos o estar no mundo como um processo educativo de grande importância, visto que é essa condição ontológica que faz de nós sujeitos de conhecimento. Ao aprender com a experiência, o indivíduo tem a possibilidade de reorientar seus equívocos e indefinições não apenas de ordem cotidiana ou técnica, mas na ordem da existência. Assim, oportunizar que movimentos sociais da América Latina compartilhem suas experiências, e conheçam outras tem o potencial de fortalecer iniciativas e parcerias (CAETANO, SOUZA, MOTA, 2015). O curso tem como objetivo educacional:
Apresentar a maneira como opera a governança global para emergências de saúde pública e as formas de atuação e organização da sociedade civil.
Apresentar os conceitos e os fundamentos sobre o vírus SARS-CoV-2, vacinas e o perfil epidemiológico de populações vulnerabilizadas.
Apresentar instrumentos e compartilhar experiências que auxiliem as ações dos movimentos sociais por meio do fortalecimento da vigilância popular em saúde e do ativismo digital.
Áreas de Concentração: Emergências em saúde, pandemia, Covid-19, movimentos sociais, engajamento social, populações vulnerabilizadas
Vinculação Institucional: Campus Virtual e Global Health Training Centre
Coordenadores: Flávia Bueno e Gustavo Matta
Coordenadora Técnica: Larissa Pruner Marques
Conteúdistas: André Périssé Eliane Matos dos Santos Fernando Carneiro Flavia Bueno Gustavo Matta Igor Sacramento Márcia Correa e Castro Maria de Lourdes Moura Renata Cortez Renata Gracie Richarlls Martins Rubén Martínez Victor Grabois
Revisores: Arlinda Moreno Juliana Kabad Equipe LabJaca
Ementa:
Aula 1
Flavia Bueno e Gustavo Matta
Governança da saúde global e emergência de saúde pública
- Conhecer a estrutura de governança da OMS para emergências - Conhecer a definição e como é decretada: emergência de saúde pública, sindemia, pandemia, epidemia e surto
Aula 2
Richarlls Martins
Movimentos sociais na agenda global
- Reconhecer do ponto de vista acadêmico e a partir dos movimentos sociais como se apresentam as formas de atuação desses movimentos sociais na agenda global- Cotejar os entendimentos da academia e dos movimentos sociais acerca das formas de atuação e organização da sociedade civil em resposta às emergências de saúde pública
Aula 3
Rubén Martínez e Renata Cortez
Movimentos sociais na América Latina e resposta às emergências de saúde Pública
- Conhecer as formas de atuação e organização da sociedade civil em resposta às emergências de saúde pública
Aula 4
Victor Grabois e Maria de Lourdes Moura
SARS-CoV-2- transmissão e prevenção
Conhecer a história da pandemia por SARS-CoV-2.Conhecer os principais mecanismos de transmissão do SARS-CoV-2 e as repercussões noorganismo.Conhecer as principais medidas não farmacológicas para a prevenção da Covid-19.
Aula 5
André Périssé e Eliane Matos dos Santos
Emergências, vacinas e perfil epidemiológico
Compreender o que são as vacinas, como são desenvolvidas e qual a sua importância emtermos da saúde dos indivíduos e das populações.Conhecer os fatores associados à queda da cobertura vacinal, identificando desafios e estratégias de enfrentamento.
Aula 6
Renata Gracie e Theresa Williamson
Painel epidemiológico da Covid-19 em territórios urbanos vulnerabilizados: um caso brasileiro
Identificar as múltiplas vulnerabilidades das populações no contexto de emergências de saúde pública, em especial a Covid-19.Conhecer desafios para obtenção de dados em saúde no contexto da Covid-19.Conhecer indicadores de saúde à luz da experiência do Rio de Janeiro em territórios de favela frente a Covid-19.
Aula 7
Fernando Carneiro
Vigilância popular em saúde: conceitos e desafios
Compreender a importância e os desafios da vigilância popular em saúde nocontexto das populações vulnerabilizadas.Colocar em prática estratégias de vigilância popular em saúde que possibilitemcoleta de dados e produção de informações.Conhecer experiências exitosas em vigilância popular em saúde.
Aula 8
Márcia Correa e Castro
Educação e comunicação em saúde: dialogando com a realidade vivida
- Conhecer as ações de educação e comunicação em saúde para o enfrentamento de emergências de saúde pública no contexto das populações vulnerabilizadas
Aula 9
Igor Sacramento
Ativismo digital
- Identificar os cenários potenciais e utilizar ferramentas de ativismo digital para auxiliar as populações vulnerabilizadas no enfrentamento de emergências de saúde pública e no combate a fake news
Público-alvo: Idiomas: Português, Inglês e Espanhol Categoria: Curso livre/capacitação Carga horária: 30 horas Modalidade: Autoinstrucional Processo seletivo: A inscrição será livre e não haverá processo seletivo dos interessados. Número de vagas: Não há limite.
Curso destinado a representantes de movimentos sociais de populações vulnerabilizadas da América Latina, tais como de favelas, quilombolas, trabalhadores sem-terra, trabalhadores sem-teto, população em situação de rua, população negra, LGBTTQIAP+, feministas, juventude e trabalhadores em condições de vulnerabilidade e afins, podendo ser estendido ao público de outros países com interesse pelo tema.
Não há exigência de nível de instrução/formação mínima.
Emergências em Saúde Pública vistas do lado de cá: as contribuições das ciências humanas e sociais
Escola, e agora?: Peças de comunicação sobre a volta às escolas durante a pandemia de COVID-19 são criadas para apoiar a comunidade escolar
Vários países estão enfrentando o desafio de proporcionar um ambiente seguro para o retorno à sala de aula nas escolas durante a pandemia da COVID-19. Isto é especialmente importante em países com baixos índices de vacinação e o impacto generalizado de novas variantes. Considerando este cenário, o Grupo de Trabalho Lusófono do Hub de Conhecimento e Pesquisa sobre COVID-19 da Rede de Saúde Global, formado por pesquisadores de países de língua portuguesa, desenhou os kits de comunicação “Escola, e agora?”, em português, para ajudar os gestores escolares a planejar e comunicar as estratégias mais atualizadas relacionadas com a preparação e prevenção da COVID-19.
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venancio, que é uma unidade bastante reconhecida da Fiocruz, estabeleceu diretrizes sobre biossegurança em relação ao retorno das aulas, que embasaram as mensagens da campanha. Outro parceiro importante nesta iniciativa é a Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que também endossou a iniciativa.
As peças estão organizadas em 5 kits e utilizados um código de cores de acordo com o público-alvo.
Formatos de alta qualidade estão disponíveis para fins de impressão e versões de menor resolução também podem ser baixadas e livremente compartilhadas em mídias sociais. Temos também um perfil Instagram para facilitar o compartilhamento! Marque o perfil @escolaeagora!
Epidemia de Zika no Brasil: lições aprendidas e recomendações
Construindo resiliência em comunidades vulneráveis por meio de políticas públicas sobre a Covid-19 baseadas em evidências
Resumo: Em 2020, o mundo inteiro sofreu o impacto e as repercussões da Pandemia de Covid-19. Esta experiência sem precedentes representou não apenas uma ameaça biológica, mas também social, econômica, política e cultural.
A Fiocruz organizou iniciativas institucionais e respostas à pandemia. Entre elas está o Observatório Covid-19, organizado em cinco eixos. Neste projeto, trabalhamos o eixo de Impactos Sociais da Pandemia, subdividido em Covid nas Favelas, Gênero e Covid-19 e Saúde Indígena.
O principal desafio foi adaptar e contextualizar a linguagem de uma forma adequada e atrativa para diferentes públicos e contextos. A ideia, em tempos de epidemia de desinformação, era produzir e disseminar informações rápidas, confiáveis e adequadas para influenciar os formuladores de políticas, evitar estigmatização e proteger as populações mais vulneráveis.
O projeto teve a duração de seis meses e foi realizado com o apoio da Embaixada Britânica. As peças de comunicação foram produzidas em acesso aberto, disponibilizadas e divulgadas ativamente em sites, redes sociais, movimentos sociais e entre profissionais de saúde para ações de advocacy.
Palavras-chave: divulgação científica, advocacy, comunicação e saúde, impactos sociais
Coordenadores: Gustavo Matta (ENSP/Fiocruz)
Colaboradores: Ana Lucia Pontes, Brunah Schall, Carlos Batistella, Daniela Alarcon, Daniela Rangel, Denise Pimenta, Luana Furtado, Mariela Rocha, Pamela Lang, Roberta Gondim
Resumo: A epidemia do vírus Zika, que atingiu o Brasil entre 2015 e 2018, afetou, sobretudo, mulheres e crianças, mobilizando respostas da ciência, sociedade e governos. A Rede Zika Ciências Sociais promoveu a exposição ‘Zika Vidas que Afetam’, mostra inédita para os 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo desse relato foi trazer a experiência da construção da exposição, com destaque para a contribuição das mulheres – mães, gestoras, profissionais de saúde e pesquisadoras. A exposição é um dispositivo de divulgação científica construído coletivamente, entre outubro de 2018 e agosto de 2020. O método envolveu a participação, por meio de entrevistas, oficinas e reuniões, de representantes dos vários grupos e instituições afetados pela epidemia: cientistas, usuários, profissionais e gestores da saúde. Tal participação ocorreu desde a concepção, produção, finalização, validação e readequação da exposição à versão on-line, no contexto da pandemia de Covid-19. Os resultados mostram as potencialidades e os desafios do modo de construção coletiva – uma experiência que pode afetar outras experiências. A narrativa da exposição é feita majoritariamente por mulheres, sob diferentes pontos de vista, a partir das questões que as afetam, e evidencia o seu papel destacado na mobilização e resposta à Zika, na ciência, na política e na sociedade.
Clique AQUI e veja o vídeo do coordenador Gustavo Matta
Geografias desiguais de fabricação de vacinas no Sul Global: avaliando as relações entre pesquisa e desenvolvimento e equidade global
Resumo: Este projeto visa abordar os desiquilíbrios da vacinação mundial, buscando uma via diferente para aqueles que procuram desenvolver um sistema de distribuição mais equitativo. Nossa investigação, move o montante das negociações sobre o fornecimento, perguntando como o acesso justo pode ser integrado ao desenho de vacinas e criticamente, seus processos de fabricação. A capacidade de fabricação de vacina no Sul Global tem sido uma prioridade para a OMS e tem tomado o centro do palco na discussão da política de saúde global, levando a um influxo de investimentos e parcerias multilaterais para promover a vacina global e a pandemia preparação. Assim, é fundamental compreender como a transferência de tecnologia está sendo alcançada em países como Índia, Brasil e África do Sul que têm capacidade para produzir vacinas COVID-19 internamente, e o impacto que isso terá para o acesso e entrega da vacina local. Este projeto desenvolve três linhas interligadas de investigação para analisar como as considerações de equidade fazem podem influenciar nos processos de produção de vacina: Identificar os principais obstáculos e soluções potenciais para a P&D e produção de vacinas em países de renda média, e analisá-los vis-à-vis nos debates mais amplos em torno de equidade acesso à vacina; Aplicar uma lente de equidade ao processo e negociações de construção de capacidades de manufatura, e analisar se e como o desafio da equidade da vacina pode ser efetivamente abordado na produção, bem como o processo de distribuição. Através da comparação dos estudos de casos, realizar uma contribuição conceitual, inovadora e significativa, para os debates sobre quais equidade pode significar, no contexto global de pesquisa e desenvolvimento P&D, uma equidade situada em contextos distintos nos quais a justiça social e a equidade em saúde são o central interesse.
Palavras-chave: Equidade em vacinas, Covid-19, Sul Global, Geopolítica da vacinação
Coordenadores: Prof. Dr. Uli Beisel, Freie Universität Berlin, Germany Prof. Dr. Andrew Barry, University College London, United Kingdom Dr. Ann H. Kelly, Kings College London, United Kingdom Dr. Nele Jensen, Kings College London, United Kingdom Dr. John Kuumuori Ganle, University of Ghana, Ghana Dr. Gustavo Matta, Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz), Brazil Prof. Dr. Richard Rottenburg, University of the Witwatersrand, South Africa
Políticas de vacinação do PNI, implementação da vacina do Covid-19 em municípios brasileiros e implicações na equidade e hesitação vacinal
Resumo: Este projeto propõe-se a produzir conhecimento em ciências humanas e sociais sobre a Covid-19 através da investigação da atuação brasileira nas políticas de vacinação, da hesitação vacinal e na equidade na distribuição de vacinas. O estudo será conduzido através de parcerias com pesquisadores da FGV, da UnB e da UFRGS, além da interlocução com pesquisadores de outras unidades da Fiocruz, que conferem ao projeto uma dimensão transdisciplinar essencial à abordagem e à análise do tema. O projeto se desenvolverá em 3 etapas. Inicialmente, as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) serão confrontadas com as orientações e práticas de vacinação que tem sido realizadas nos municípios em estudo. Faremos isso através de uma ampla pesquisa bibliográfica em fontes jornalísticas, em portais e mídias sociais oficiais dos municípios, e em artigos que relatem como tem sido de fato operacionalizada a dinâmica da vacinação. A segunda etapa identificará gestores municipais para convidá-los a uma entrevista e, na terceira etapa, entrevistas serão realizadas com profissionais de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de cada município selecionado.
Palavras-chave: Política das vacinas, Covid-19, hesitação vacinal, PNI, equidade em saúde, profissionais de saúde, pandemia, emergências em saúde.
Produtos planejados: Relatório 1: Relatório parcial com os resultados da pesquisa. Relatório 2: Relatório final com os resultados da pesquisa e as entrevistas. Artigos internacionais e artigos nacionais: trabalhos acadêmicos revisado por pares, discutindo os resultados da pesquisa e as entrevistas. Plano estratégico de intervenção: Proposta de ação sobre as deficiências identificadas a partir dos resultados da pesquisa. Elaboração de curso em EAD sobre política das vacinas Disciplina sobre política das vacinas (na ENSP/ FGV) Policy Brief para subsidiar políticas públicas que respondam às diversidades e desigualdades sociais dos territórios frente às emergências em saúde.
Políticas de vacinação do PNI, implementação da vacina do Covid-19 em municípios brasileiros e implicações na equidade e hesitação vacinal
Resumo: Este projeto propõe-se a produzir conhecimento em ciências humanas e sociais sobre a Covid-19 através da investigação da atuação brasileira nas políticas de vacinação, da hesitação vacinal e na equidade na distribuição de vacinas. O estudo será conduzido através de parcerias com pesquisadores da FGV, da UnB e da UFRGS, além da interlocução com pesquisadores de outras unidades da Fiocruz, que conferem ao projeto uma dimensão transdisciplinar essencial à abordagem e à análise do tema. O projeto se desenvolverá em 3 etapas. Inicialmente, as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) serão confrontadas com as orientações e práticas de vacinação que tem sido realizadas nos municípios em estudo. Faremos isso através de uma ampla pesquisa bibliográfica em fontes jornalísticas, em portais e mídias sociais oficiais dos municípios, e em artigos que relatem como tem sido de fato operacionalizada a dinâmica da vacinação. A segunda etapa identificará gestores municipais para convidá-los a uma entrevista e, na terceira etapa, entrevistas serão realizadas com profissionais de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de cada município selecionado.
Palavras-chave: Política das vacinas, Covid-19, hesitação vacinal, PNI, equidade em saúde, profissionais de saúde, pandemia, emergências em saúde.
Produtos planejados: Relatório 1: Relatório parcial com os resultados da pesquisa. Relatório 2: Relatório final com os resultados da pesquisa e as entrevistas. Artigos internacionais e artigos nacionais: trabalhos acadêmicos revisado por pares, discutindo os resultados da pesquisa e as entrevistas. Plano estratégico de intervenção: Proposta de ação sobre as deficiências identificadas a partir dos resultados da pesquisa. Elaboração de curso em EAD sobre política das vacinas Disciplina sobre política das vacinas (na ENSP/ FGV) Policy Brief para subsidiar políticas públicas que respondam às diversidades e desigualdades sociais dos territórios frente às emergências em saúde.
Hesitação vacinal e circulação de informações entre trabalhadores da linha de frente na área da saúde
Resumo: Esta é uma pesquisa interdisciplinar focada na hesitação vacinal em relação às vacinas de COVID-19 e a busca por compreender este fenômeno na perspectiva dos trabalhadores da linha de frente da saúde. Ao longo de 18 meses (jan 2021-jul 2023) o estudo será conduzido no Reino Unido, Brasil, Quênia e África do Sul - locais onde a vacina Oxford AstraZeneca COVID-19 está sendo testada. Baseado na experiência coletiva dos investigadores em sociologia, ética, análise das mídias sociais e história, o estudo empregará uma gama de métodos, incluindo análise da mídia social, investigação histórica e entrevistas qualitativas com trabalhadores da linha de frente da saúde. No Brasil a hesitação da vacina COVID-19 será investigada entre os trabalhadores da linha de frente do SUS. O objetivo global do projeto é fornecer contextos históricos, socioeconômicos e éticos para a hesitação vacinal e para compreender o que são consideradas fontes de informação de confiança relativas à vacinação entre os profissionais de saúde, assim como os principais motivos de hesitação vacinal. Acreditamos que esta investigação ajudará a explorar as tensões sociais e éticas criadas pelo discernimento de diferentes fontes de informação sobre vacinas.
Palavras-chave: Covid-19, hesitação vacinal, fake news, linha de frente, profissionais de saúde, pandemia, emergências em saúde.
Mapeamento das ações e iniciativas digitais dos movimentos sociais de trabalhadores e populações vulnerabilizadas para o enfrentamento da pandemia de COVID-19 no Brasil, México e Equador (2020 – 2021)
Resumo:
O estudo parte de uma concepção ampliada de saúde e que privilegiou conhecer as estratégias comunitárias organizadas pelas populações vulnerabilizadas e que foram amplamente afetadas pela pandemia de COVID-19 na América Latina, com o enfoque para o Brasil, o México e o Equador. Com o objetivo de compreender as ações organizadas e contingenciais que essas populações empreenderam para lidar com a pandemia e os efeitos diversos para além da ação do vírus, observou-se uma expressiva capacidade organizativa dos movimentos sociais acompanhados, que utilizaram a Internet como amplificador das suas pautas e lutas que travam no cotidiano das comunidades que representam. Os movimentos selecionados se dividem em dois grupos de estudos de caso nos três países: 1) movimentos sociais de populações indígenas e 2) movimentos sociais de populações em contextos urbanos.
O primeiro grupo é representado pelos casos da Articulação dos Povos Indígenas (APIB) no Brasil; o Congeso Nacional Indígena (CNI) e a comunidade Francisco Cherán (Salud Cherán) no México; a Confederación de Nacionalidades Indígenas del Ecuador (CONAIE), a Confederación de Nacionalidades Indígenas de la Amazonía Ecuatoriana (CONFENAIE) e os Lanceros Digitales no Equador. O segundo, pelos casos da Central Única das Favelas (CUFA) no Brasil, pelo Movimiento dos Nostros Desaparecidos no México e pela Coalición Nacional de Mujeres (CNME) no Equador.
Essas populações, guardadas as devidas especificidades étnicas e regionais de cada contexto q, tanto organizaram ações de enfrentamento direto da pandemia de COVID-19, como também, posicionaram-se frente a COVID-19 com ações diversas de resistência e sobrevivência que não somente com ações sanitárias propriamente ditas. Muitas vezes com ações que superaram a ação do poder público em seus países, esses movimentos resistiram, se reinventaram e ensinaram estratégias, no curso de uma pandemia que aprofundou problemas anteriormente existentes, como o enfrentamento da fome nas favelas e da ameaça de genocício indígena no Brasil; o dilema das pessoas desaparecidas e a garantia da sobrevivência dos povos no México; o recrudescimento dos direitos das mulheres e a luta pelo reconhecimento do pluralismo étnico no Equador.
Como foi realizado o estudo?
O estudo foi realizado em três fases: a) a primeira compreendeu um amplo levantamento de movimentos sociais de populações vulnerabilizadas historicamente constituídos nos três países observados; b) a segunda fase selecionou os movimentos sociais que são ativos na Internet e que conduziram ações específicas de contingenciamento da pandemia frente às populações que representam; e, c) a terceira tratou de uma etnografia virtual, por meio de estudos de caso no Brasil, México e Equador de povos indígenas e populações de contextos urbanos, com abrangência nacional e local, sobre suas ações no período de março de 2020 (início da pandemia) a junho de 2021. Em razão das medidas de distanciamento social e com o interesse de conduzir um mapeamento com maior alcance e abrangência, optou-se por trabalhar exclusivamente com fontes digitais e mídias sociais para a melhor compreensão da performance sobre estratégias adotadas pelos grupos populacionais escolhidos, na modalidade de observador distante - lurker - em páginas virtuais públicas e de amplo acesso.
Coordenação do projeto: Gustavo Corrêa Matta e Flávia Bueno Pesquisadora responsável: Juliana Kabad Equipe de pesquisa: Nidilaine Xavier, May-ek Querales, Cristina Yepez
Colaboradores:
Arlinda B. Moreno (Fiocruz) Ana Lucia Pontes (Fiocruz) Consuelo Fernández-Salvador (USFQ/Equador) Rubén Muñoz Martínez (CIESAS/México) Renata Cortez (México)
Produtos em andamento:
Etnografia Linha do tempo Levantamento de movimentos sociais Policy Brief Artigos
Hub Fiocruz TGHN
Resumo: Em 2019, a Fiocruz e a Universidade de Oxford firmaram um acordo para a criação de um hub da instituição na plataforma The Global Health Network (TGHN). Desde então, a Fiocruz tem um espaço internacional destinado a promover a ciência por meio da divulgação de suas ações, pesquisas, eventos e cursos.
Seus principais objetivos são:
disponibilizar recursos de pesquisa e ferramentas públicas desenvolvidas pela Fiocruz em diversos temas, como cursos, protocolos e resultados de pesquisas;
promover ações e disponibilizar outros conteúdos, como palestras e conferências, que possam contribuir para o fortalecimento das capacidades de pesquisa;
promover a cooperação internacional entre pesquisadores da Fiocruz e outras instituições no mundo, a partir da participação nas Comunidades de prática e outros recursos de intercâmbio;
servir como vitrine para a atração de financiadores para projetos de interesse da Fiocruz;
servir como uma das iniciativas-piloto do projeto de internacionalização da Fiocruz.
Palavras-chave: Saúde global, Fiocruz, divulgação científica, cooperação internacional
Coordenadores: Flávia Bueno (Fiocruz)
Produtos: Hub Pesquisa movimentos Curso Movimentos COVID - LAC COVID - Lusófono Artigos Volta às aulas Vídeo vacinas Curadorias Cursos Fiocruz - Global Health Training Centre
COVID-19 Gendered risks, impact and response: research and policy guidance
Solidariedade em tempos de pandemia: O que as pessoas fazem e por quê? Um estudo comparativo longitudinal
Resumo: Este projeto faz parte de um consórcio Latino-americano que conta com instituições de pesquisa de diversos países da América Latina, em colaboração com a Universidade de Viena.
Durante situações extremas como uma pandemia, atores como governos, organizações internacionais, comunidades e pessoas empreendem ações de cooperação, tendo como um dos seus valores subjacentes, a solidariedade.
Dentro da ampla literatura sobre o tema, o conceito é usado em diferentes contextos, para apoiar diferentes objetivos e com muitos significados distintos: emoções, ideias morais, uma característica natural das sociedades, uma ideia política, econômica, ou regulatória.
A famosa descrição de solidariedade de Jürgen Habermas como “o outro lado da justiça” captura a natureza da solidariedade como a “cola” entre os tijolos que formam a arquitetura de nossas instituições políticas e sociais (ver também Scholz, 2008). Dentro dessa arquitetura, solidariedade é aquilo que não pode ser prescrito, mas o que as pessoas fazem por sua própria iniciativa e vontade. Com base nessas três características, e com base em décadas de estudos sobre solidariedade, Prainsack & Buyx (2011; 2017) definiram solidariedade como práticas que expressam a disposição de apoiar outras pessoas com quem reconhecemos similaridade em um aspecto relevante. Com esta definição vamos trabalhar neste projeto.
Seus objetivos são:
1. Identificar quais medidas as pessoas tomam (ou não tomam) para ajudar a conter a pandemia do COVID-19, como elas agem e quais novas práticas surgem durante esses tempos de pandemia;
2. examinar porque as pessoas fazem, ou não, certas coisas, buscando pontos de referência, valores e motivadores que sustentam o comportamento das pessoas e analisando-os em termos de solidariedade (pandêmica);
3. Subsidiar a política para preparação para pandemia no futuro e para uma possível segunda onda de infecções por COVID-19, perguntando aos participantes sobre suas motivações e razões para seguir determinadas medidas, ou não.
Palavras-chave: COVID-19, solidariedade, alteridade, medidas de proteção, pandemia, emergências em saúde
Colaboradores: Priscila Petra Claudia Chagas Leandro Lages
Resultados: Trinta e quatro entrevistas semi-estruturadas foram realizadas entre outubro e novembro de 2020 através de uma plataforma on-line. Nove cidades em três regiões do Brasil foram escolhidas para identificar e avaliar diferentes contextos da epidemia: o Sudeste como epicentro, o Nordeste e o Sul como regiões que foram posteriormente afetadas, e que mantiveram diferentes medidas de saúde. O recrutamento dos entrevistados foi realizado em três etapas: amostragem de conveniência, baseada nas redes de contato do grupo de pesquisa, seguida de técnicas de bola de neve e cota, procurando cobrir possíveis lacunas sócio-demográficas (Bryman, 2016, p. 418), para fornecer elementos de análise e comparação entre comportamentos e ações. A aprovação ética foi obtida do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) (36569120.0.0000.5240). Todos os entrevistados aceitaram o termo de consentimento livre e esclarecido e as entrevistas seguiram um roteiro com perguntas orientadoras e um questionário sociodemográfico (Solpan+ Consortium, 2021a). As entrevistas foram operacionalizadas por pesquisadores treinados da Fiocruz e Nubea/UFRJ, e codificadas em Atlas-ti®. O instrumento de coleta de dados sociodemográficos foi composto de 18 questões de múltipla escolha, abrangendo aspectos como: idade; sexo; etnia; educação; profissão/ocupação; renda familiar total [Salário mínimo (SM) de R$1.000,00 (mil reais)], etc. A Tabela 1 apresenta as características sociodemográficas dos entrevistados.
Tabela 1: Características sócio-econômicas e demográficas da população estudada, 2021.
Características
Total de participantes
Homens (H)
Mulheres (M)
Gênero
34
14(41%)
20 (59%)
Idade média ± SD
43,02 ± 14,89
40,57 ± 14,59
44,75±15,23
Região de residência
Nordeste
6 (18%)
2 (14%)
4 (20%)
Sul
de 4 a 10 SM
3 (22%)
6 (30%)
Sudeste
19 (56%)
9 (64%)
10 (50%)
Raça/Etnia
Brancos (B)
26 (76%)
11 (79%)
15 (75%)
Negros /pardos (NP)
7 (21%)
3 (21%)
4 (20%)
outros (O)
1 (1%)
-
1 (5%)
Renda Familiar
Extremamente alta (exalta)
1 (3%)
Superior a 20 SM
Classe Alta 7 (renda per capita R$20.900,00)
Muy Alta (muyalta)
4 (12%)
de 10 a 20 SM
Classe Alta 6 (renda per capita R$15.675,01)
Alta
1 (3%)
de 4 a 10 SM
Classe Média 5 (renda per capita R$7.315,01)
Média
15 (44%)
de 2 a 4 SM
Classe Média 4 (renda per capita R$3.135,01)
Baixa
5 (15%)
de 1 a 2 SM
Classe Baixa 3 renda per capita R$1.567,50)
Muito baixa (muybaja)
5 (15%)
de meio a 1 SM
Classe Baixa 2 (renda per capita R$783,75)
Extremamente baixa (exbaja)
3 (9%)
até meio SM
Classe Baixa 1 (renda per capita R$522,00)
Produtos:
Em avaliação/produção Capítulo de livro:La alteridad pandémica: cómo brasileños identifican el “otro” en el contexto de la COVID-19 Flávia Thedim Costa Bueno, Priscila Petra, Claudia Chagas, Marisa Palácios
Artigo a ser submetido para a revista CSC: Solidariedade ou caridade?: ações de apoio durante a pandemia de COVID-19 no Brasil Priscila Petra, Claudia Chagas, Marisa Palácios, Leandro Lages, Suely Marinho, Flávia Thedim Costa Bueno
O tempo presente na Fiocruz: ciência e saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19
Resumo:
Palavras-chave:
Coordenadores:
Colaboradores:
Resultados:
Produtos:
Observatório Covid 19 – Ciências Sociais: Iniciativas para o enfrentamento à Pandemia no Brasil
Resumo:
Palavras-chave:
Coordenadores:
Colaboradores:
Resultados:
Produtos:
Humanities and Social Sciences Centre on Global Health and Inequities
Entomological Happenings: Exploring Collaborative Design Solutions for Sustainable Mosquito Control
Resumo:
Palavras-chave:
Coordenadores:
Colaboradores:
Resultados:
Produtos:
Neglected tropical diseases in Brazil: History, knowledge and public policy
Resumo:
Palavras-chave:
Coordenadores:
Colaboradores:
Resultados:
Produtos:
Entendendo as normas e práticas do compartilhamento de patógenos e de benefícios para melhorar a segurança da saúde global
Resumo: O acesso a amostras de patógenos e dados relacionados é fundamental para pesquisadores que buscam identificar e entender patógenos ou desenvolver contramedidas médicas (como por exemplo vacinas). Ao mesmo tempo, tem-se mostrado difícil garantir uma repartição justa e equitativa dos benefícios relacionados. Este projeto foi motivado pela necessidade de aumentar a compreensão das práticas atuais em compartilhamento de patógenos e identificar soluções viáveis para sua melhoria. Investigou-se lacunas na literatura das práticas atuais motoristas, por meio de dois estudos de caso específicos de surtos. Foram realizadas 86 entrevistas no total entre novembro de 2018 e outubro de 2020. Destas, 53 foram com especialistas envolvidos na formulação de políticas internacionais ou prática científica, 20 foram com especialistas envolvidos no vírus Ebola na Libéria durante a epidemia de Ebola de 2014–16, e 13 com especialistas envolvidos no Zika Virus no Brasil durante a epidemia de Zika de 2015–16.
Resultados: Os motivadores para o compartilhamento de patógenos são multifacetados e abrangem razões instrumentais, políticas, econômicas e legais. A confiança, os relacionamentos pessoais e as colaborações de longo prazo foram identificadas como desempenhando um papel decisivo no sucesso ou fracasso do compartilhamento de patógenos. A ausência de colaborações confiáveis levou a barreiras como lentidão, e ineficiência ao acesso a patógenos ou benefícios, que podem ser difíceis de superar rapidamente em tempos de crise. No geral, parece haver um reconhecimento crescente da necessidade de repartição de benefícios em pé de igualdade com a repartição de patógenos. No entanto, há pouco consenso sobre o que constitui benefícios justos, equitativos e razoáveis e encontrou-se grandes variações nas práticas e pontos de vista entre diferentes grupos e divisões globais. Em geral, os pesquisadores relataram ser capazes de obter patógenos desejados sob certas condições e em situações normais (sem surto). No entanto, o compartilhamento oportuno durante os surtos foi mais problemático e várias barreiras foram descritas, incluindo aquelas relacionadas a questões de biossegurança e ao envolvimento de interesses comerciais.
Palavras-chave: Compartilhamento de patógenos, governança de pandemias, saúde global
Coordenadores: Anthony Rizk (GHC, CH), Gustavo Matta (Niesp-Fiocruz), Mosoka Fallah (Africa CDC) Research Team: Anthony Rizk (GHC, CH), Anna Bezruki (GHC, CH), Gian Luca Burci (GHC, CH), Suerie Moon (GHC, CH) Liberia case study co-authors: Mosoka Fallah (Africa CDC), Joseph Sieka (HMS ( Havard Medical School)- U.S.), Tolbert Nyenswah (Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, U.S.)) Brazil case study co-authors: Gustavo Matta (Niesp-Fiocruz), Ester Paiva ( Niesp- Fiocruz)
Comunicação de risco em tempos de Zika Vírus: uma investigação multinacional sobre percepções e preferências de mulheres para serem informadas sobre seu estado de infecção por Zika Vírus e a probabilidade de apresentarem resultados adversos na gravidez, para o feto e para seus bebês
Resumo:
O objetivo principal deste estudo é compreender as visões e experiências de mulheres grávidas que são atendidas atualmente no sistema de saúde e mulheres que estiveram grávidas durante a epidemia de Zika no Brasil (2015-2017) sobre a comunicação que receberam ou não com relação ao risco de adquirirem o vírus Zika e seu possível impacto na gravidez. Também buscaremos compreender o que as mulheres pensam sobre a utilização de informações não identificadas de pacientes (disponíveis, por exemplo, em prontuários, registros hospitalares, exames de imagem) em estudos de meta-análise. O projeto será desenvolvido em três cidades brasileiras: Rio de Janeiro, Campina Grande e Recife. A escolha por esses três campos tem por objetivo captar impressões de mulheres nas localidades que foram as mais afetadas pela epidemia e busca captar visões de pessoas em contextos distintos em termos sociais, econômicos, culturais e epidemiológicos. O projeto desenvolvido no Brasil, é um subprojeto de uma pesquisa qualitativa coordenada pela Organização Mundial de Saúde que inclui ainda Colômbia e Porto Rico. O Brasil foi o epicentro do surto de Zika entre 2015 e 2017. Por causa da diversidade e diferença entre as regiões brasileiras, incluímos três campos no Brasil, um no sudeste (Rio de Janeiro) e dois no nordeste (Campina Grande e Recife). Cada local realizará 15 entrevistas, totalizando 45 entrevistas nas 3 cidades. Serão realizadas entrevistas em profundidade para explorar como as mulheres percebem o risco para a gravidez e o potencial para desfechos adversos relacionados ao vírus Zika para os fetos, os bebês e as crianças.
Palavras-chave: Comunicação de risco, Zika Vírus, gestantes, Síndrome congênita do Zika, uso de dados anonimizados
Coordenadores: Gustavo Matta, NIESP-Fiocruz Lauren Maxwell, World Health Organization - Geneva, Switzerland Edna Acosta Pérez, University of Puerto Rico Maria Consuelo Montoya, Universidad del Valle - Colombia
Equipe: Claudia Sánchez, Universidad Autónoma de Bucaramanga, Colombia Marcela Daza Calero, Instituto Nacional de Salud, Colombia Marcela Mercado-Reyes, Instituto Nacional de Salud - Colombia Luz Marina, University of Heidelberg, Germany Elena Marbán-Castro, , Hospital Clínic-Universitat de Barcelona, Spain Gabriela Lopes Gama, IPESQ- Paraíba, Brasil Bruna Silva, IPESQ- Paraíba, Brasil Priscila Cardia Petra, PPGBIOS-FioCruz, Rio de Janeiro, Brasil Ester Paiva, Niesp-Fiocruz, Brasil Camila Pimentel, Fiocruz, Brasil Samaris Vega, Albizu University Maribel Campos, University of Puerto Rico